segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O Verão que não foi na Beira VI

O novo cenário a que eu me referia era um daqueles apartamentos sempre na penumbra e a cheirar a passado, daqueles que existem na Lisboa de Ressano Garcia. Determinados romances portugueses gostam até de colocar no interior desses apartamentos alguma velha tia.
Mais exactamente, o cenário em questão era a sala. Nessa sala foi-me feita uma oferta: "venha conhecer a ilha", disse ele. Sim, depois desse percurso que começara numa escadaria numa tarde de calor e que recordo com especial carinho, convidava-me a conhecer a ilha.
A ilha devia esse nome à sua extraordinária localização. Estava a vários metros de altura, fazendo com os ruídos do exterior apenas chegassem em surdina. Mas sobretudo, todas as suas janelas davam para o mar, do qual se avistava uma larga faixa. Não estou certa de conseguir transmitir-lhe a beleza da vista... É que era possível uma pessoa sentar-se à mesa e só ver mar, mar, mar e algum barquinho que por lá andasse e no horizonte o sol a por-se.
Tem de admitir que um convite para conhecer a ilha era demasiado aliciante.

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