Alberto. Margarida observando Alberto. Margarida conhece os gostos musicais dele e sabe que são bons (ou seja, compatíveis). Margarida não gosta dos ombros estreitos de Alberto. E observa.
Alberto falando com José em animado diálogo, nem parece muito preocupado com a ausência prolongada de Joana. Que é a namorada de Alberto, claro está.
Joana acaba por aparecer, estivera na rua fumando com outros. Decidem depois meter-se os quatro num táxi e quatro euros depois chegavam ao destino. Margarida sabe que Alberto e Joana tinham planeado outra coisa, mas estão ali agora, com ela e com José.
Alberto e Joana caminham à frente e Margarida observa-lhes as mãos dadas. Margarida no seu casacão, lançando baforadas de fumo do seu cigarro, enquanto José ao seu lado fala, fala... e ela concentrada nos ombros estreitos de Alberto, que deviam ser mais largos para dar o toque de charme que faltava à personagem. Isto pensava ela.
O sítio era escuro, escuríssimo. E Margarida perguntava-se porque estaria Alberto ali com Joana. Joana ria, simpática e galhofeira. Alberto de vez em quando desaparecia, indo passear a sua barba pela sala. Naquele sítio, homens procuravam outros homens.
E foi então que Margarida, ali sem casaco, mas ainda suspirando fumo, percebeu. Sentiu uma tristeza gélida e instantânea, que é o que se sente perante uma descoberta que lhe pareceu brutal.
Alberto e os seus ombros estreitos traziam Joana até àqueles locais para que ela visse que ele tinha opções, toda a atenção que quisesse.
Por momentos, Margarida quis agarrar o braço de José e contar-lhe a sua descoberta. Depois achou tudo ridículo e decidiu continuar a dançar.
Alberto falando com José em animado diálogo, nem parece muito preocupado com a ausência prolongada de Joana. Que é a namorada de Alberto, claro está.
Joana acaba por aparecer, estivera na rua fumando com outros. Decidem depois meter-se os quatro num táxi e quatro euros depois chegavam ao destino. Margarida sabe que Alberto e Joana tinham planeado outra coisa, mas estão ali agora, com ela e com José.
Alberto e Joana caminham à frente e Margarida observa-lhes as mãos dadas. Margarida no seu casacão, lançando baforadas de fumo do seu cigarro, enquanto José ao seu lado fala, fala... e ela concentrada nos ombros estreitos de Alberto, que deviam ser mais largos para dar o toque de charme que faltava à personagem. Isto pensava ela.
O sítio era escuro, escuríssimo. E Margarida perguntava-se porque estaria Alberto ali com Joana. Joana ria, simpática e galhofeira. Alberto de vez em quando desaparecia, indo passear a sua barba pela sala. Naquele sítio, homens procuravam outros homens.
E foi então que Margarida, ali sem casaco, mas ainda suspirando fumo, percebeu. Sentiu uma tristeza gélida e instantânea, que é o que se sente perante uma descoberta que lhe pareceu brutal.
Alberto e os seus ombros estreitos traziam Joana até àqueles locais para que ela visse que ele tinha opções, toda a atenção que quisesse.
Por momentos, Margarida quis agarrar o braço de José e contar-lhe a sua descoberta. Depois achou tudo ridículo e decidiu continuar a dançar.
2 comentários:
O que dizer: brilhante, mais uma vez.
Adoro como as barbas têm vida nas tuas histórias. O passear da barba pela sala está excelente. E tenho um total fraquinho pela Margarida. Como ela sempre com o seu melhor amigo, o cigarro, vai observando. Gostei também muito de como Alberto precisava de ombros mais largos para se adequar ao charme da personagem. Há sempre um certo mistério das tuas histórias e cenários. E muitas noitadas. O que é que isso diz sobre ti? :P
Adoro a divisão dos dois casais, o de namorados e o de amigos. Lembra-me boas óperas. Enquanto os outros três interagem imagino a Margarida a cantar uma ária. Mas a Margarida não canta, aposto. O casacão e o cigarro fazem-na parecer uma prostituta velha mas sábia. Gosto disso. E o José que parece alheado, mais ingénuo e entusiástico, que fala e fala... é mesmo amoroso.
E acho que devias escrever mais sobre Alberto. Quero conhecer melhor os mistérios à volta dele :)
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