sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Pedro e Carolina II

Na espécie de guerra fria em que o casamento de Pedro e Carolina se foi tornando, a irmã daquele que fora um dos mais badalados escritores da capital encontrou as suas maneiras de resistir. O que até não é de estranhar, pois ela era ainda a criatura irresistível que por aí se passeava, que punha e dispunha e que o jeito titubeante do médico soubera cativar. O riso de Carolina, a forma que tinha de dizer "não fique atrapalhado, doutor" - isto para recuperar uma frase da noite de máscaras em que se conheceram.
Qualquer biógrafo atento terá de registar que Carolina não deixou nunca de praticar o alemão. Lendo, escutando discos, escrevendo e até, se possível, falando. A explicação é simples: Carolina assegurava-se de que Pedro não tinha acesso a, pelo menos, uma parte da sua vida.

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