segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Thoughts on Così

A Fiordiligi a cantar angustiada numa atmosfera azul. O anoitecer ficava bem ao momento de aflitiva introspecção. De resto, gostei de uma data de coisas, de quase tudo. Luca Pisaroni: posso dizer-me admirador.
Enfim, a direcção era um tanto acelerada e parecia haver uma certa falta de dinamismo nas personagens em interacção. Lembro-me de imagens de Susan Chilcott e Susan Graham ultrajadas pelo beijo na Garnier em 1996 ou de uma Anke Voldung que saltava para cima das cadeiras no sexteto em Glydenbourne e realmente havia outra vivacidade. Mas também não lhes via as caras muito nítidas, o que pode influenciar a minha opinião. As expressões faciais costumam ter papel importante na representação.
Infelizmente não deixaram o Ferrando cantar a sua ária mais bonita. Mas os duetos estavam o que deviam estar (talvez um pouco mais de erotismo não fosse má ideia). E a ambiência de beira-mar, quase etérea, belíssima. E a resolução final? Pertinente e interessante.
Gostei do início do finale do 1º acto, com as duas irmãs moles de tristeza, descalças e sentadas no chão, encostadas à parede.
E a Fiordiligi... Acho que nunca me vou esquecer dela naquele azul a cantar a sua ária de bravura.
E vi-os em Paris num teatro art déco. Acho que isso também conta. (insiram um enorme smile aqui)

Sem comentários: