domingo, 30 de novembro de 2008

Look out, Jimmy!

- Então faz-te à vida! - disse ela, enquanto ninfos eram controlados por homens de aspecto duvidoso. O jantar numa mesa que me lembrava repetidamente a Sally que diz n'As Horas "os ex's não deviam ter uma mesa só deles para estarem juntos em ex-acerbada agonia?"

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Thoughts on Così

A Fiordiligi a cantar angustiada numa atmosfera azul. O anoitecer ficava bem ao momento de aflitiva introspecção. De resto, gostei de uma data de coisas, de quase tudo. Luca Pisaroni: posso dizer-me admirador.
Enfim, a direcção era um tanto acelerada e parecia haver uma certa falta de dinamismo nas personagens em interacção. Lembro-me de imagens de Susan Chilcott e Susan Graham ultrajadas pelo beijo na Garnier em 1996 ou de uma Anke Voldung que saltava para cima das cadeiras no sexteto em Glydenbourne e realmente havia outra vivacidade. Mas também não lhes via as caras muito nítidas, o que pode influenciar a minha opinião. As expressões faciais costumam ter papel importante na representação.
Infelizmente não deixaram o Ferrando cantar a sua ária mais bonita. Mas os duetos estavam o que deviam estar (talvez um pouco mais de erotismo não fosse má ideia). E a ambiência de beira-mar, quase etérea, belíssima. E a resolução final? Pertinente e interessante.
Gostei do início do finale do 1º acto, com as duas irmãs moles de tristeza, descalças e sentadas no chão, encostadas à parede.
E a Fiordiligi... Acho que nunca me vou esquecer dela naquele azul a cantar a sua ária de bravura.
E vi-os em Paris num teatro art déco. Acho que isso também conta. (insiram um enorme smile aqui)

sábado, 15 de novembro de 2008

Crónica do high life

A Miss Mars tem uma irmã. Emprego, casa num sítio invejável - até aí tudo bem. Acontece que um dia decidiu tudo abandonar para se fixar no Algarve. Aqui para nós, ela deve ter ido um dia ao café e calhou-lhe um daqueles pacotinhos de açúcar da Nicola que diz "Um dia largamos tudo e fugimos. Hoje é o dia." Enfim, há quem leve tudo muito à letra.
E há também quem tenha a possibilidade de ir a bailes de gala da Marinha, dançar com oficiais de uniforme e condecorações e vestir um vestido comprido para se vangloriar das maravilhas da Defesa Nacional entre espumante e música erudita, mas não o faz.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

BN-drama

Já estou a ver a minha carreira arruinada pelo enjoo provocado pelos microfilmes. (Qual carreira? perguntam vocês, rindo.)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

blablablibla

Lembrei-me ontem à noite de que não pude continuar a conversa com Mme. Pialoux (de que estava a gostar, por sinal) porque tive de ir apanhar a última parte de uma compensação de M. Houte. Final de Maio e o céu estava cinzento.
Respondendo a cartas várias, o Carlitos por lá anda, sempre a fazer das suas. No outro dia fantasiou que era empregado do Santander e hoje, segundo a nossa Gossip Girl de serviço, entrou despenteado num debate. Ok, eu estava lá e vi, mas recebi de facto uma sms da GG.

xoxo

sábado, 8 de novembro de 2008

Rascunho

Um baile. Toda a gente gosta de bailes, até eu. Por isso seja, um baile. Um baile dado pelo visconde de Lavínios.
Nesse baile, Leonor avista Luís pela primeira vez. Não sabe nada dele e o ambiente festivo propicia a aproximação. Começa aqui uma história. No salão contíguo, Tomás Leopoldo fala da rainha a quem o quiser ouvir. Zangou-se nessa manhã com o pai por causa do baile. Uma indecência, a jovem soberana ainda a chorar a perda do progenitor e o senhor visconde a dar festas!
"Comemoramos a nova ordem" é o que lhe dizem. Mas ele não quer saber, aquela noite e os fatos de gala são para ele sinónimo de ultraje à real pessoa. Poucos para além de Leonor e do visconde sabem que Tomás Leopoldo sofre de um fortíssimo fascínio pela rainha.
- Pobrezinha, no trono aos quinze! E órfã... - diz Tomás Leopoldo na manhã seguinte a Leonor. A jovem, deitada no sofá, limita-se a rir baixinho. Pensa em Luís, sobre quem ainda não sabe muito.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Uma história bonita

Estávamos em meados do século XX. O rapaz era de uma cidade de tradição têxtil e o pai dele era dono de uma empresa de viação. Por determinadas razões ainda por descortinar, o rapaz contraiu matrimónio com uma filha da "aristocracia" latifundiária de um aldeia pequena a alguns quilómetros da cidade. E para assinalar a aliança, a rede da empresa foi estendida à dita aldeia, para felicidade e comodidade de todos. Não sei se houve festejos de louvor, à maneira de um grande finale, mas que ficava aqui bonito, ficava.

domingo, 2 de novembro de 2008

Aux jardins du château

Cruzei-me com monsieur le baron, as nuvens ameaçadoras. Berenice deambulava nos canteiros colhendo flores, levantando de quando em quando as saias brancas. O prezado aristocrata reparou primeiro em mim e quando dei conta, apercebi-me de que devia estar a fazer o ar mais desconsolado. Não que tenha algo contra ares dramáticos e desconsolados, mas quando esses levam a uma provável figura de parvo, não, obrigado. Cumprimentei-o apressadamente e senti-me de novo parvo por não conseguir formar um discurso coerente para tão alta dignidade. Culpei a Berenice e não demorei a afastar-me.