segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A varanda II

O odor da sala de leitura é singular e o seu silêncio nada tem a ver com os sons da manhã que chegam ténues àquela varanda lateral. Também porque há dois homens que falam na varanda. Um deles - o que fuma - parece falar mais, continuamente quase. É conversa douta. Falam de investigações, abordagens, temáticas e correntes.
Nada que interesse naquele momento ao jovem que observa a rapariga do outro lado do vidro. Um espectador mais perspicaz pode imaginar que toda uma história (que permanece desconhecida) se passou entre os dois. Entre o rapaz murcho e observador e a rapariga que no silêncio é metódica nas suas leituras e anotações.

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