quarta-feira, 29 de abril de 2009

Morceau da casa da praia

Catarina Ofélia deixava-se ficar estendida, enquanto Sebastião lhe falava na sala. A luz que entrava pelas janelas, o cheiro da praia por todo o lado. Estou a vê-los, ela encostada a ele, olhando não sei bem o quê. Ele a falar, a falar. Ao longe... o ruído do mar. Sebastião gostaria de saber em que pensava ela. Fascinava-o, frustrava-o. Por isso lhe falava: por não saber controlar o fascínio, por querer ultrapassar a frustração. Ouve-se a voz de Sebastião que lhe fala, que lhe fala.
E ela, muito quieta, muito calada, os olhos abertos. Feita visionária.

Sem comentários: