quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Don Carlo

Enquanto a rainha lê uma carta secreta do enteado que a ama, o charmoso marquês distrai a princesa e restantes damas com novidades da corte de França.
Aflige-me que a angústia seja o único sentimento que toma conta da rainha.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Margarida ao fim da tarde

É sabido que à hora em que terminam as aulas, pouco apetece fazer. Especialmente se escurece cedo.
Nessa hora que antecedia o crepúsculo e em que Margarida se via enfim livre, apetecia-lhe sentir um pouco de vida que fosse. O vento frio e os automóveis que passavam.
Em certos dias, Margarida fazia um pequeno desvio para regressar a casa. Passava pelos campos desportivos.
Enfiada no seu casacão e acendendo o cigarro num movimento estudado, Margarida enveredava pelo estádio, passando ao longo dos campos onde àquela hora pré-crepuscular, os homens corriam e gritavam. E Margarida passava, num passo lânguido, largando femininas baforadas de fumo.
De vez em quando, lançava um olhar daqueles pouco óbvio ao campo para verificar o efeito. E claro, não se enganava, eles iam olhando para ela.
Era o seu pequeno prazer, daqueles que não revelava a ninguém. Passar por ali àquela hora em que pouco apetece fazer e sentir que despertava a atenção naqueles homens suados e excitados, que a olhavam passando no seu casacão, os cabelos bem-tratados e o cigarro desinteressado, que desprezavam por momentos o jogo.
Arrefecia e eles estavam tão quentes. E ela passando - não mais do que isso -, gozando o papel soberano que naqueles momentos tinha.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

La rue de Lille reconnaisante

O rue de Lille acaba de ser apresentado pela Alfacinha como um dos seus blogs "Para ler ao pequeno-almoço".
A equipa do rue de Lille agradece o louvor a esse blog de alfaces que nos é tão querido. E fica feliz por ter um efeito semelhante ao do Mokambo e do Danao.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Correio das leitoras #2

Comecei a curtir com um gajo mas depois parei. Dava os piores beijos. Sabia a técnica certa, mas tinha os dentes MUITO afiados que magoavam muito! Era terrível porque doía e então fugi. Oh meu Deus, quando é que irá aparecer alguém normal...

Inês Marques, Vila Nova de Gaia (via postal)