segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Louise em Toulouse

Quando estava em Toulouse, Louise ouviu nos salões à respeitável mulher de um magistrado uma história, uma que pelos pormenores sórdidos especialmente a fascinava.

A futura mulher de Jean não relatará certamente a história desta maneira. Primeiro, porque não foi assim que a ouviu à respeitável mulher de um magistrado deliciada em descrever com minúcia e vagar o momento em que Marc, o louco, proferia (gravemente, dizia ela) o nome de Nicolas, Nicolas se virava e Marc disparava. Mostrava igualmente especial apreço pela figura de “uma pobre rapariga” (Magali) a surgir romanticamente por detrás de um plátano.
Segundo, assinale-se que Magali surge como figurante, mera espectadora, nesta história, no irreal momento do disparo. Se Marc na sua demência nunca tivesse feito as opções que fez, a presença de Magali na praça àquela hora seria de todos desconhecida. A sua presença e as razões da sua presença.
Daí termos escolhido dar algum espaço a Magali, pois é uma injustiça como às vezes se privilegia apenas um dos pontos de vista. E a nobreza dos sentimentos da jovem de Carcassone seria tão ou mais digna de nota que a loucura do primo de Jeanne.

Sem comentários: