Quartos de hotel. Quem não gosta de quartos de hotel? São impessoais. E, se pagarmos a quantia suficiente, confortáveis, fofos, amenos. São também cliché e cliché ainda maior é chegar sozinho e conhecer outros hóspedes. Mas que fazer do cliché quando há pessoas que se prestam a isso? Foi assim que ele chegou, todo ele cliché, sozinho a um quarto de hotel. Foi assim que conheceu outros hóspedes.
César, que de César não tinha nada, mas que era bem apessoado. Ar comedido, agradável, talvez expectante. O quarto dele era perto dos dos outros. Os outros. Cruzaram-se no corredor, um corredor tão amarelado, luminoso e tépido que era quase irreal. Viram-se depois à beira da piscina, essa piscina perfeitamente rectangular rodeada de relvados e à beira da qual todos se estiravam de maneira muito rígida e estudada. Cruzaram-se novamente no corredor. Na noite do segundo dia, Simoneta, toda senhora, toda desempenada, convidou-o a jantar com eles. Eles.
Para além de Simoneta, toda senhora, toda desempenada, toda conversadora, havia Miguel, Jorge, Margarida e Gaspar.
Miguel era o quase marido de Simoneta, todo muito senhor e muito visível nas suas roupas demasiado claras. Dava gritinhos e gostava de ser o possuidor orgulhoso de Simoneta. Imaginem afectos ostensivos. Jorge era o seu companheiro de todas as horas. Os dois muito galhofeiros, muito ridentes, quase alarves. Uma alarvia que cheirava a perfumes caros e vestia roupas (ainda que por vezes de gosto duvidoso) de boa qualidade. Já foram mencionados os suspensórios e coletes ridículos de Jorge?
Depois, Margarida, a namorada calada e perfeita de Jorge, a mais recente aquisição do grupo. Era bonita e gostava/gostara de Jorge. Não se sabe ao certo em que pensa ela, sobretudo quando está com os restantes, dado que ninguém está muito interessado em saber.
Gaspar não sabe muito bem porque está naquele hotel com os outros. Gosta de dares de distante, sempre com o seu livro, um pouco afastado dos restantes, ora muito observador, ora muito (aparentemente) desatento. Gosta de dar ares de extravagância diletante, de intelectual que está mal com o mundano, apesar de viver dele impregnado. Gosta de rir. Quando fala, gosta de fazer comentários cortantes, como se desdenhasse tudo. Um bocado peneirento.
Foi com estes cinco que César se sentou à mesa na noite do segundo dia.
César, que de César não tinha nada, mas que era bem apessoado. Ar comedido, agradável, talvez expectante. O quarto dele era perto dos dos outros. Os outros. Cruzaram-se no corredor, um corredor tão amarelado, luminoso e tépido que era quase irreal. Viram-se depois à beira da piscina, essa piscina perfeitamente rectangular rodeada de relvados e à beira da qual todos se estiravam de maneira muito rígida e estudada. Cruzaram-se novamente no corredor. Na noite do segundo dia, Simoneta, toda senhora, toda desempenada, convidou-o a jantar com eles. Eles.
Para além de Simoneta, toda senhora, toda desempenada, toda conversadora, havia Miguel, Jorge, Margarida e Gaspar.
Miguel era o quase marido de Simoneta, todo muito senhor e muito visível nas suas roupas demasiado claras. Dava gritinhos e gostava de ser o possuidor orgulhoso de Simoneta. Imaginem afectos ostensivos. Jorge era o seu companheiro de todas as horas. Os dois muito galhofeiros, muito ridentes, quase alarves. Uma alarvia que cheirava a perfumes caros e vestia roupas (ainda que por vezes de gosto duvidoso) de boa qualidade. Já foram mencionados os suspensórios e coletes ridículos de Jorge?
Depois, Margarida, a namorada calada e perfeita de Jorge, a mais recente aquisição do grupo. Era bonita e gostava/gostara de Jorge. Não se sabe ao certo em que pensa ela, sobretudo quando está com os restantes, dado que ninguém está muito interessado em saber.
Gaspar não sabe muito bem porque está naquele hotel com os outros. Gosta de dares de distante, sempre com o seu livro, um pouco afastado dos restantes, ora muito observador, ora muito (aparentemente) desatento. Gosta de dar ares de extravagância diletante, de intelectual que está mal com o mundano, apesar de viver dele impregnado. Gosta de rir. Quando fala, gosta de fazer comentários cortantes, como se desdenhasse tudo. Um bocado peneirento.
Foi com estes cinco que César se sentou à mesa na noite do segundo dia.
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