Comece por escutar o ruído da rebentação contra as rochas. Quem pensou neste ser envidraçado sobre as rochas tinha a sensibilidade no lugar certo. Tal como estamos os dois agora a ouvi-lo, também Maria o ouviu. Aliás, à noite o ruído é perfeitamente audível nos quartos dos andares mais elevados. Por isso, acho que vale a pena escutar o ruído da rebentação. Sei que há quem diga que este hotel não devia existir. Compreendo esse ponto de vista, já que ao longo da praia se sucedem impecáveis casas baixas. Compreendo, mas não concordo. Este hotel está onde sempre deveria ter estado.
Quando Maria chegou, eu já cá estava. Chegou com a família, uma pequena corte de pais e irmãos. Havia algo na postura dela que de imediato me lembrou uma rapariga que tinha andado comigo na escola.
Eu estava cá com João. Margarida deveria ter vindo também, até tinha feito a reserva, mas na véspera de virmos decidira que não, que não era deitada na areia a olhar o vazio que queria passar aqueles dias. E não veio. Meteu-se no carro e foi passear o seu cigarro pelo país. Creio que sem itinerário definido.
domingo, 3 de fevereiro de 2013
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